terça-feira, 18 de outubro de 2011

Lobo-Ibérico

Em primeiro lugar vou começar a falar dos animais em extinção em Portugal, e o animal que vou começar a falar é o lobo-ibérico.
O lobo-ibérico (Canis lupus signatus) é uma subespécie do lobo-cinzento que existe na Península Ibérica. Já foi muito abundante, mas a sua população actual deve rondar os 2000 indivíduos, dos quais cerca de 300 habitam na região norte de Portugal.
Em Portugal a área de distribuição do lobo abrange cerca de 18.000 km² no norte do país. Considera-se que existem duas populações separadas pelo rio Douro, uma a norte do Douro, numa área montanhosa esta população abrange cerca de 50 alcateias e é contínua com a grande população do lado espanhol da fronteira. As áreas protegidas portuguesas que são importantes para a preservação do lobo ao norte do Douro são o Parque Nacional da Peneda-Gerês, o Parque Natural do Alvão, o Parque Natural de Montesinho e o Parque Natural do Douro Internacional. A outra população no sul do Douro está em declínio, esta abrange apenas 10 alcateias e encontra-se isolada em relação à população do norte do Douro. O seu futuro é incerto, e considera-se que pode deixar de existir num curto ou médio espaço de tempo.
Os lobos-ibéricos machos medem entre 130 a 180 cm de comprimento, enquanto as fêmeas medem de 130 a 160 cm. A altura ao garrote pode chegar aos 70 cm. Os machos adultos pesam geralmente entre 30 a 40 kg e as fêmeas entre 20 a 35 kg. A cabeça é grande e maciça, com orelhas triangulares relativamente pequenas e olhos oblíquos de cor amarelada. O focinho tem uma área clara, de cor branco-sujo, ao redor da boca. A pelagem é de cor heterogénea, as cores são o castanho amarelado, o acinzentado mesclado e o negro particularmente sobre o dorso. Na parte anterior das patas da frente possuem uma característica faixa longitudinal negra.
A época do acasalamento abrange o final do inverno e princípio da primavera. Após um período de gestação de 2 meses nascem entre 3 e 8 crias (lobachos), cegas e indefesas. As crias e a mãe permanecem numa área de criação e são alimentadas com comida trazida pelo resto da alcateia. Por volta de Outubro as crias abandonam a área de criação e passam a acompanhar a alcateia nas suas deslocações. Os jovens lobos alcançam a maturidade sexual aos 2 anos de idade. Aos 10 anos já são considerados velhos, mas em cativeiro chegam a viver 17 anos.
A sua alimentação é muito variada, depende da existência ou não de presas selvagens e de vários tipos de pastoreio em cada região. A vida em alcateia permite ao lobo caçar animais bastante maiores que ele próprio. As suas principais presas são o javali, o corço e o veado, e as presas domésticas mais comuns são a ovelha, a cabra, a galinha, o cavalo e a vaca. Eventualmente também matam e comem cães e aproveitam cadáveres que encontram, isto é, sempre que pode é necrófago.
O lobo-ibérico vive em alcateia de forte organização hierárquica. O número de animais numa alcateia varia entre os 3 a 10 indivíduos e está composta por um casal reprodutor (casal alfa), um ou mais indivíduos adultos ou subadultos e as crias do ano. A alcateia caça e defende o território em grupo. Os indivíduos de uma alcateia percorrem uma área vital que varia em tamanho de acordo com as características da região. Em Portugal, as áreas vitais são relativamente pequenas, entre 100 e 300 km². Buscando presas, os lobos podem percorrer entre 20 a 40 km diários dentro do seu território. Essas deslocações ocorrem geralmente à noite.



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