A foca-monge-do-mediterrâneo
(Monachus monachus), é também
conhecida por lobo-marinho e é provavelmente o membro da família
das focas em mais risco de vias de extinção. Inicialmente,
a população de focas-monge era bastante numerosa, distribuindo-se por todo o
mediterrâneo, e por algumas zonas atlânticas, costeiras ou insulares, hoje
estima-se que haja somente em torno de 400 indivíduos restantes desse mamífero marinho. A foca-monge constitui um dos
géneros da família dos focidas. A foca-monge-do-havai (Monachus schauinslandi), e a foca-monge-do-caribe (Monachus tropicalis), foram
consideradas extintas, e, por último, a foca-monge-do-mediterrâneo (Monachus monachus).
Este é um
animal robusto que pode atingir os 400 quilos e os 4 metros, no caso dos
machos. As fêmeas são sempre mais pequenas podendo atingir até 2,30 metros. Apresenta
uma coloração castanha-acinzentada, sendo que, nas partes inferiores, apresentam manchas mais claras de cor amarelada e esbranquiçada. Quanto
mais velhas se tornam, mais clara é a sua tonalidade, chegando a atingir a cor prateada. Quando
submerge, as suas narinas paralelas fecham-se, impedindo, desta forma, a
entrada de água para os canais respiratórios. Debaixo
de água, servem-se dos olhos para se guiarem, mas também dos seus longos
bigodes, órgãos do tacto extremamente sensíveis às mudanças de pressão. Embora efectue
a maior parte da sua actividade no mar, a foca depende da terra para repousar,
fazendo-o essencialmente em praias escondidas no interior de grutas.
Nas
épocas de criação, as fêmeas tornam-se muito zelosas das crias, tentando sempre
afastá-las do Homem, podendo ter reacções imprevistas e agressivas. Não
possuem uma época própria para os nascimentos, embora se verifique uma maior
concentração destes nos períodos entre Outubro e Novembro. Estes animais
podem viver cerca de 20 ou 30 anos no seu estado selvagem.
Ao longo
dos tempos a foca-monge tem sofrido processos de adaptação ao meio que a
rodeia, tendo sido o convívio com o homem que se manifestou o mais nocivo na
continuidade da espécie. De tal
modo o seu desaparecimento foi uma preocupação e, posteriormente, foram
necessárias medidas de protecção deste animal. Contudo a
dependência que o homem tem dos outros seres vivos, e a constante
sensibilização para a preservação daquilo que poderia, um dia, deixar de
existir, manifestou-se em momentos de aprendizagem e de aceitação da amplitude
e importância da Natureza.